O cuidado na despedida torna o fim um encontro

Falar sobre o fim da vida ainda assusta. Mas e se a gente mudasse o foco? E se, olhássemos com coragem para como queremos viver nossa finitude? Esse é o verdadeiro propósito dos Cuidados Paliativos: garantir o cuidado da dor, do corpo e da alma. Respeitando desejos, limites e valores.

Mais do que uma abordagem médica, é uma filosofia de cuidado.
Haverá um momento na vida em que a cura deixa de ser possível — mas o cuidado, nunca. Os Cuidados Paliativos nascem desse lugar: onde a medicina encontra a compaixão, e onde cada gesto carrega o compromisso de aliviar, acolher e escutar.

Essa forma de cuidar não tem pressa, não impõe. Ela permite que a vida continue sendo vida, mesmo quando o tempo parece mais curto. Ela permite falar sobre o que ninguém quer dizer, mas com delicadeza, escuta e verdade consegue transformar a trajetória do paciente e da família.

Preta Gil nos mostrou isso com coragem. Ao compartilhar sua hisória com o câncer, revelou que é possível encontrar afeto e presença — mesmo na dor. Ela nos lembrou que não somos só corpos em tratamento e merecemos ser ouvidos até o último tom de voz.

E isso é possível com uma equipe realmente especializada. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, todos preparados para cuidar com técnica e humanidade. Porque viver até o fim é um direito — e merece ser bem acompanhado.

Cuidados Paliativos não adiam a morte, mas ampliam a vida. E talvez o maior gesto de amor seja esse: não negar o fim, mas fazer dele parte da história que ainda vale a pena ser vivida.

📌 Dra. Mariana Montarroyos é fisioterapeuta paliativista, apaixonada por comunicação em saúde, cuidado com sentido e escuta ativa. Colunista do Jornal PE da Gente e apresentadora do podcast FisioTalks @fisiotallkshow

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Isabele Miranda

Redator

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